13 E, tendo-se eles retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga, porque Herodes há de procurar o menino para o matar. 14 E, levantando-se ele, tomou o menino e sua mãe, de noite, e foi para o Egito. 15 E esteve lá até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho. 16 Então, Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos. 17 Então, se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias, que diz: 18 Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação, choro e grande pranto; era Raquel chorando os seus filhos e não querendo ser consolada, porque já não existiam.
Todos temos sido tomados nos últimos meses de espanto, indignação e dor ao vermos os relatos de imigrantes sírios e africanos que, desesperados arriscam-se a atravessar o mar mediterrâneo em balsas, barcos abarrotados ou mesmo simulacros de embarcações. Saem de sua terra natal movidos pela esperança de poder recomeçar suas vidas em um lugar seguro, sem intolerância religiosa, sem o pavor dos crimes perpetrados por terroristas fanáticos, por governos autocráticos. Outros põem-se numa caravana longa e arriscada, tentando fazer o caminho rumo à Europa. Saem de sua terra natal com poucos pertences. Deixam para trás não somente a terna lembrança da pátria onde nasceram, de seus entes queridos. Trazem consigo também a tragédia da guerra. Os horrores que não saem facilmente de nossa memória.
Os números são assustadores. Desde 1945, quando terminou a maior de todas as guerras já vivenciadas pela humanidade, nunca houve tantos refugiados. Calcula-se que somente entre os Sírios este número possa chegar aos 10 milhões. Se somarmos a estes os fluxos migratórios de outras regiões do mundo (haitianos, latinos, palestinos, ucranianos) podemos, sem dúvida, constatar que vivemos numa era de imigração e exílio. Estamos vivendo uma era de deslocamentos.
Os pais de Jesus também estiveram sob o risco de morte. Foram ameaçados pelo Rei Herodes, por isso, tiveram que abandonar sua terra natal, seus parentes…tudo. Foram para o Egito para escapar da perseguição. Eram refugiados como os muitos que conhecemos hoje.
No Natal, Deus nos ensina que o destino de todos os refugiados do mundo nos toca a todos, como humanidade. Acolhê-los com amor e dar-lhes a oportunidade de recomeçar suas vidas, superar os traumas que trazem consigo, é o mesmo que acolher o menino Jesus e sua família. Dar abrigo aos perseguidos, pobres e desterrados deste mundo … esse é também uma lembrança sempre presente do verdadeiro Natal.
Deus estará conosco sempre que nos solidarizamos com todos os exilados do mundo e lhes oferecermos uma pátria, um sentido para a vida. Quando sentimos a sua dor e, juntos, nos dispomos a construir um novo futuro de paz e justiça.